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Lei Seca abordou 3,3 milhões de motoristas e realizou 16 mil ações educativas

Paulo Fernandes
Equipe de educação já realizou mais de 16 mil ações

Por Thatyanne Studart

A Operação Lei Seca surgiu há pouco mais de 10 anos no estado do Rio de Janeiro com a missão de diminuir as preocupantes estatísticas de acidentes de trânsito e para alertar a população fluminense sobre os riscos da combinação de álcool com direção. Em pouco tempo de atuação, a operação já virou referência nacional e reduziu os índices de mortes e acidentes de trânsito. Em 10 anos estes índices caíram 53%, de acordo com dados divulgados pelo Seguro DPVAT (Fonte: Seguradora Líder). Desde 2009 até outubro deste ano, a operação já fez mais de 23 mil blitzes e abordou pouco mais de 3,3 milhões de motoristas, 205.483 estavam alcoolizados.

Além do trabalho diário de fiscalização da Operação Lei Seca, que acontece nas blitzes espalhadas por todo o estado, com agentes do Detran-RJ, da Segov e policiais militares, existe o trabalho, tão importante quanto, que é o da educação. Atualmente, a operação conta com 28 agentes de educação, que são pessoas com deficiência (PCD’s) - todos vítimas de acidentes de trânsito envolvendo álcool e direção. Ao longo dos 10 anos, foram realizadas 16.003 ações educativas em escolas, empresas, eventos, shoppings e bares, com o objetivo de conscientizar a população do risco dessa mistura.

 

A história por trás de uma das agentes

Ana Paula, ex-gerente de vendas, atualmente uma das agentes de educação da Operação Lei Seca, foi vítima de um grave acidente de transito que a deixou paraplégica.

Em 2001, Ana estava, na calçada esperando o ônibus, em Madureira, com sua mãe e sua filha para irem ao shopping, quando as três foram atropeladas por um veículo dirigido por um motorista embriagado. Ana Paula perdeu a sua mãe, ficou dois meses internada e passou por duas cirurgias, sendo uma para colocar haste de titânio na coluna para dar estabilidade e poder sentar na cadeira de rodas. Sua filha, na época com 6 anos, levou 13 pontos na testa.

No ano de 2009, Ana Paula foi convidada a integrar a equipe de educação da Operação Lei Seca e passou a espalhar a sua mensagem de conscientização para o público abordado, para não acontecer com outras pessoas o que aconteceu com ela. “Eu sempre falo que todos podem se divertir, mas com consciência para não colocar a vida de ninguém em risco”, conta ela.

Ana Paula reforça que hoje em dia existem várias formas de não dirigir depois de beber. “É preciso ter consciência, existe carro de aplicativo, táxi, motorista da rodada. Várias formas seguras de voltar para casa”, conta Ana. E acrescenta falando que o seu papel é ajudar a salvar vidas. “Eu sei que ao contar a minha história, eu estou salvando vidas. Este é o meu papel”, completa.

 

Como funciona a Operação

As palestras são divididas e direcionadas para três públicos distintos: crianças, adolescentes e adultos.

Segundo os agentes de educação, o público infantil possui uma grande capacidade de influenciar os pais e parentes. A equipe mantém o contato com uma linguagem mais infantil, distribui gibis do Soprinho, personagem criado pelo desenhista Daniel Azulay e faz a interação com atividades lúdicas.

Já para os adolescentes, que estão próximos de serem motoristas, a palestra tem uma linguagem apropriada para a idade e é possível falar com maior seriedade em relação a perigosa mistura do álcool e direção. Nessas palestras, além da apresentação da Operação Lei Seca, os agentes PCD’s contam as suas histórias de vida e dificuldades encontradas na recuperação do acidente, tanto para eles, quanto para a família. Ao final das palestras é feito uma dinâmica em um circuito onde o público utiliza um óculos simulador de embriaguez, para mostrar que a bebida alcoólica afeta a coordenação motora.

Nas empresas, a atuação dos agentes de educação é a mesma que para os adolescentes, mas com a linguagem voltada ao cidadão no mercado de trabalho, fazendo refletir sobre as mudanças e dificuldades causadas pelos acidentes.

Além dessas ações segmentadas, os agentes também fazem diariamente ações em shoppings, eventos, restaurantes e bares, e em jogos de futebol no Maracanã, no Nilton Santos e em São Januário, onde encontram pessoas de todas as idades. Nessas situações, eles distribuem panfletos, conversam e compartilham suas histórias com as pessoas, explicando sua missão, a importância da conscientização, e enfatizando sempre a mensagem da Operação Lei Seca que é: nunca dirija depois de beber! Caso alguma empresa queira agendar uma palestra, é necessário entrar em contato pelo e-mail ols.educacao@gmail.com.

O coordenador da Operação Lei Seca, Tenente-Coronel Marcelo Rocha, lembra que a atuação de agentes PCDs no trabalho de conscientização da população não é importante apenas para o público, mas é uma forma de incluí-los de volta à sociedade. Segundo ele, muitos possuíam um emprego antes do acidente e perderam após passarem a usar cadeira de rodas. “A operação promove uma ação de inclusão e permite que nossos agentes tenham maior visibilidade. É extremamente gratificante trabalhar com a equipe, tanto pela capacidade profissional, quanto pela alegria e capacidade de superação deles”, conta o coordenador da Lei Seca.

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