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Notícia

Operação Lei Seca alerta para aumento de casos flagrantes na Região dos Lagos

Magno Segllia

A Operação Lei Seca ligou o alerta para a quantidade de casos de alcoolemia na Região dos Lagos. Este ano, 210 motoristas foram abordados em cidades da região e, destes, 50 tinham sinais de ingestão de álcool, o que representa 23,8% do total no estado. As ações de fiscalização aconteceram em Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Araruama, Arraial do Cabo e Búzios.

Antes de a blitz da Lei Seca ser suspensa em virtude da pandemia, em 18 de março de 2020, o percentual médio de motoristas com sinais de alcoolemia na região era de 4,5%. Com a retomada, em outubro de 2020, estes índices chegaram a alcançar 33%. Esse pico se deu no feriado de Finados, em São Pedro da Aldeia. Somente no feriado prolongado de carnaval, a Operação Lei Seca identificou, em Arraial do Cabo, percentual de alcoolemia de 26,3%: de 171 motoristas abordados, 45 tiveram a carteira de habilitação suspensa.

João Vitor Braz de Oliveira, estudante, 20 anos, entendeu a importância da operação nesse período. Depois de um dia inteiro de churrasco com amigos em uma casa alugada em Arraial, foi com deles ao mercado comprar mais cerveja.

- Não vi problema ir de carro. No caminho, percebi que meu amigo, que dirigia, fez várias ‘barbeiragens’ no trânsito. Até que nos deparamos com uma blitz da Lei Seca. A gente nunca acha que vai ser pego. Os agentes, além de nos autuarem, conversaram bastante com a gente. Depois, fiquei pensando que poderíamos ter tido um acidente grave. Perder a habilitação não foi nada perto do perigo que corremos. Não faço, nem deixo fazer isso perto de mim, nunca mais! - disse João Vitor.

Educação e prevenção

A Operação Lei Seca tem outro pilar importante, que é a educação no trânsito. Além das blitz, 28 agentes, divididos em sete equipes de quatro pessoas, se revezam para levar informação e consciência à população, sobretudo a perigosa relação álcool e direção.

As equipes de educação no trânsito, além de estarem em pontos de grande fluxo de veículos, nos pedágios e nas principais vias das cidades, fazem palestras para grupos por agendamento.

São três tipos de abordagem - para crianças, jovens e adultos, com dados, imagens de acidentes, suas consequências, estatísticas e depoimentos dos agentes portadores de deficiência (PCDs) que integram o programa.

- A gente mostra, com imagens reais, acidentes graves causados pela má conservação do veículo, pela não utilização de equipamentos obrigatórios como cinto de segurança e cadeirinha para criança e, sobretudo, quais são as consequências graves da mistura álcool e direção, pelo testemunho, sempre impactante, dos agentes PCDs - explicou Francisco Benites, Coordenador de Educação e Conscientização da Operação Lei Seca.

Os grupos estão disponíveis e prontos para ir a escolas, empresas, quartéis e sedes de entidades da sociedade civil, tanto no Rio de Janeiro, como em estados próximos. Este ano, já realizaram um ciclo de palestras em São Pedro da Aldeia, e outro está marcado para o dia 28 de abril, ambos no Comando da Força AeroNaval. As palestras podem ser solicitadas pelo email: ols.educacao@gmail.com

Atuação dos agentes PCDs (Pessoa Com Deficiência)

Levar mensagem da educação de trânsito por meio de histórias reais, de vida e superação dos agentes PCDs. Essa é uma das estratégias e apostas da Operação Lei Seca para mudar o comportamento da sociedade.

Marcelo Santos, hoje com 39 anos, voltava de moto para o Rio depois de passar o carnaval na Região dos Lagos, em 2004. Na estrada, observou que o motorista na sua frente fazia zigue-zague na pista com o veículo. Acelerou para ultrapassar o motorista e viu que ele dividia as mãos entre o volante e uma lata de bebida. Foi quando o veículo atravessou a pista, bateu e jogou Marcelo para fora da estrada.

Com duas lesões medulares, passou por duas cirurgias, ficou paraplégico e, desde 2008, quando ainda era um projeto, passou a integrar a Operação Lei Seca como agente de educação PCD.

- Considero esse trabalho como um dever cívico. Está acima da escolha de fazer ou não fazer. Pra mim é uma questão ética e moral com meus semelhantes. Entendo como omissão de crime se eu me negasse a alertar as pessoas sobre essa mistura tão danosa de álcool e direção - reforça Marcelo Santos.

Mudança de comportamento

Em 12 anos, mais de 3,4 milhões de motoristas foram abordados em 26 mil blitzes em todo o estado do Rio de Janeiro. Mais de 213 mil motoristas embriagados foram retirados das ruas pela Operação Lei Seca.

Apesar da pandemia, os flagrantes de alcoolemia e os acidentes de trânsito com vítimas fatais voltaram e crescer e a ocupar os noticiários.

- Se conseguirmos, a cada dia, retirar das ruas motoristas embriagados, que quando pegam o volante estão assumindo o risco de matar e morrer, nossa missão foi alcançada. A Operação Lei Seca é insistente, ela está nas ruas todos os dias, incansavelmente e sua missão é salvar vidas - destaca o secretário de Estado de Governo, André Lazzaroni.

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